
Fico a olhar o tecto até a respiração normalizar
A pomba aquieta-se por cima dos seus olhos
Beijo-a até acreditar
Quase até ser feliz
Deixo durar o instante para lá do possível
Quase à terra de ninguém
Onde as coisas começam a ser e não há gestos fabricados
Largo a pomba
Melhor
Deixo-a escapar-se entre os dedos
O tempo retoma o seu incessante e monótono trabalhar
E eu levanto-me pronto para mais um dia de trabalho